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Ser criança

Na sala verde ( a minha sala) brinca-se e o poder da imaginação emerge a cada segundo. Quando uma criança te mostra um bloco de peças e te diz “olha o meu castelo” pensas que cada um vê o mundo à sua maneira e ser criança é ver mais além sem julgamentos, sem expectativas.

Todos os dias consigo descobrir e trazer um pouco da minha criança quando brinco com os meus meninos. De todas as áreas : biblioteca, jogos, casinha das bonecas, garagem, plasticina, construções, desenhos, fantocheiro a que gosto mais é a da casinha. Lá a minha criança emerge e é feliz. Quando era miúda adorava brincar com bonecas: vestir, despir, pôr a dormir e esse é o cantinho que gosto mais de observar. Ao ver os meus meninos disfarçados de princesas, cavaleiros, mães, pais lembro-me de calçar uns sapatos de camurça vermelhos de salto alto da minha mãe e andar pela casa. Já tentei comprar uns parecidos mas não consigo andar neles, ou outros eram bem mais confortáveis. Também gostava de brincar às escolas com as minhas amigas. Ou era aluna ou era professora. A minha criança já me dizia o que eu queria ser. Abro a janela e vou para o recreio e lá adoro andar de baloiço. Não posso mas já andei e a sensação foi mesmo ser criança. Os meus meninos riam-se de me ver feliz, de me ver criança. Quando faço plantações com os meus meninos vêm-me à memória a horta que tive, as cenouras e alfaces que plantei e o quanto eu era feliz.

As crianças não julgam, as crianças vivem como se fosse o último minuto, olham como se fosse a primeira vez, dizem gosto de ti do fundo do coração, dão- te mimos sem esperar nada em troca, são generosos mas sobretudo enchem os meus dias de luz e cor e muito muito AMOR.

Tenho o privilégio de trabalhar com crianças e, de todos os dias, lembrar-me da crianças que há em mim.




 
 
 

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